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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.

segunda-feira, novembro 27, 2006

O CÉU DE SUELY

O grande filme brasileiro do ano, o filme que todos falam e que todos que viram amam, é na verdade um filme quase iraniano de chato. O Céu de Suely, do Karin Ainouz, é um filme bonito, bacaninha, mas pretensioso demais. Eu pensei no hora bastante no Abril Despedaçado do Walter Salles, o filme nacional mais chato dos últimos 30 anos. E acho que o Walter , por ser produtor do Céu, acaba tendo uma ifluência sobre o projeto, obviamente. Fora que o próprio Karin era o roteirista do Abril. O que esses dois filmes têm de ruim é um pouco da estetização exacerbada do nordeste, neste menos e no Abril mais ainda. A cena final do Rodrigo Santoro lindo numa praia vendo o mar pela primeira vez com a família horrorosa em volta dele, era triste de doer. Nesse Céu, Suely/Hermila é "deixada feia" pelo diretor, para que ela se enquadre melhor na paisagem da cidadezinha do interior do Ceará que ela faz parte. Ela é uma atriz bem bacana, com corpão, mas fizeram um cabelo péssimo nela pra ela ficar mais "baianinha". Só que ela destoa do resto do elenco, com certeza. Não só fisicamente, mas também no tratamento que o diretor lhe dá. Suas cenas são sempre melhor filmadas que do rsesto do elenco. Claro que isso tudo é proposital, mas acaba sendo um defeito. Outro defeito e forçação de barra acaba sendo o elenco de não-atores e o não roteiro a ser seguido, os nomes dos personagens serem os mesmos nomes dos atores. Que preguiça! Fica faltando caminho e direção mesmo, fica faltando um fio condutor não da história, mas de dramaturgia. O elenco de apoio é bom, mas as cenas são ruins, mal filmadas. E fora que isso já tá meio antigo demais, né?

O filme conta a história de Hermila, uma mulher que volta de São Paulo com um filho pequeno pra sua cidade natal no interior do nordeste depois que descobre que São Paulo é muito boa, mas é muito cara. Ela espera seu marido que diz que volta dali um mês e nada. Quando descobre que ele fugiu dela e de suas responsabilidades, ela resolve rifar uma noite de amor com ela para juntar dinheiro e ir pro lugar mais longe que ela conseguir, que acaba sendo Porto Alegre. Em seu tempo de volta na cidade, na casa de sua avó, morando com a tia lésbica que dá em cima da prostituta do posto, Hermila muda de nome pra Suely na esperança de que ninguém descubraque as duas são a mesma pessoa. Mas numa cidade pequena, todo mundo fica sabendo logo, ela quase apanha de uma mulher numa lija e sua avó, horrorizada e com muita vergonha, expulsa a pseudo-puta de sua casa.

Mas os problemas todos de Hermila na verdade estão ali porque ela não se importa com ninguém, nem com seu filho e nem com sua avó, O que parece é que ela só quer sair dali e fugir de novo. Tanto que no final, quando ela finalmentne vai embora da cidade, o diretor não mostra se ela leva ou não seu filho junto. Na minha opinião isso foi por vergonha do diretor mesmo. Talvez pudor, sei lá.

Sei que o filme começa bem, e termina mal.

E no meio ele é bem pretensioso, com cenas de paisagens e fios de alta tensão, e silêncios, quase uma legenda dizendo "esse é o momento de pensar no que a gente tava falando". Por favor! Coisa velha também!

Acho que no final das contas, o que falta nesse filme é um pouco mais de pé no chão de um Amarelo Manga da vida, mais culhão e menos pensar, menos "cabeça". É o problema do Abril, é o problema desse filme. É o que eu chamei de cinema brasileiro-iraniano-playboy.

Mais um filme desperdiçado. Foda!

Be happy:

terça-feira, novembro 21, 2006

C.R.A.Z.Y. é um filme bonitinho, mas bem morno.
Muito se passa mas nada acontece.
Em princípio é a história de um menino que nasce nos anos 60 no Canadá e que desde pequeno já se mostra bem diferente de seus 3 irmãos mais velhos, pro martírio de seu pai machão! Ele é mais delicado, mais educado, usa as roupas de sua mãe, gosta de olhar outros meninos. Bom, pra mostrar tudo isso, mostrar que o menino é gay, o diretor demora uns 40 aminutos de infância... parece novela!
A adolescência então, demora mais da metade do filme, e nada. Ele bate num moleque da escola que fica olhando demais pra ele, pega a amiga e não come, diz que pode estragar a amizade, todos os clichês possíveis. Tem até o papo dele ser especial, de curar dor de barriga de criança e estancar sangue de quem se cortou. É só ligar pra ele e pedir. Isso tudo pra mostrar que ele é deiferente (já falei lá em cima, mas é como no filme, tem que ficar confirmando o tempo todo). Como tudo demora no filme e nada se mostra, a gente tem que ficar aguentando o papo furado de família chatinha com irmãos adolescentes problemáticos, inclusive o mais velho drogado que vai preso e vende maconha e sempre chama o rimão de viado.
O tempo passa, o moleque vira um rocker nos anos 80, vai morar sozinho, começa ser dj num clube e nada de sexo...hehehe... Um dia ele tem um sei-lá-o-quê e vai pra Israel e finalmente trepa com um cara, mas sem antes passar mal e vomitar na porta do "boate gay".
Claro que a família muda, todos mudam, todos crescem, o pai aceita o filho como ele é apesar de demorar anos pra isso.
E parece que a gente fica anos e anos no cinema vendo o filme, caretinha e arrastado, mas engraçado e bem feito. Pena que xoxo. Pena.

Be happy:
Adeus Altman!



Ele se vai e a gente vai ter q ficar aturando os copiadores sem o menor talento como o diretor de Crash/lixo.
A vida é dura!
Trocaria o Altman por mais uns 10 anos por pelo menos uns 20 diretores americanos que ganham oscar por aí. E daria de lambuja uns brasileiros também.
Que ele olhe por nós do além.
Descanse em paz.
Be happy:
PEQUENA MISS SUNSHINE


Bom, que fique registrado já no início do texto, o Pequena Miss Sunshine é um lixo!

Pseudo qualquer coisa, auto-ajuda de quinta. Os diretores não perceberam que o personagem do Greg Kinnear, no fim das contas, seria uma maldição pro filme: um escritor de uma teoria de auto ajuda que fracassa ao tentar lançar seu livro. O filme acaba sendo um filme com uma "filosofia" (fraqunha demais) de união, de família, de valores e toda essa babaquice politicamente correta com uns toques de piada de mau gosto, mas que não funciona, como na teoria dos "9 Passos" do personagem do filme.

Tudo é mal contado, mal explicado. A estética é estranha, a direção de arte é errada, os atores até que se esforçam e quem se sai bem disso tudo é o Steve Carell, o cara que tá virando sensação na tv e no cinema americano. Ele é o tio suicida e gay deprimido do caldeirão de estereótipos do filme.

A história é a seguinte: Olive é uma menina de 8 anos de idade que ficou em segundo lugar em um concurso de miss mirim qualquer coisa. A primeira colocada do concurso tem algum problema e ela é convocada a assumir a primeira colocação e vai participar do concuro de "Pequena Miss Sunshine". Só que sua família mora em algum buraco e tem que ir até Los Angeles em 2 dias onde o concurso vai ser realizado. Como ninguém pode ficar pra trás, eles atravessam o país numa kombi amarela toda cagada e claro que conseguem chegar no seu destino. Mas no meio do caminho eles discutem suas relações dentro do carro e nos enchem o saco!

A família disfuncional é composta do pai escritor fracassado, a mãe que não se sabe de onde veio e que tenta segurar a onda mas não ajuda e nem atrapalha, seria melhor se nem estivesse por lá no fim das contas. O avô cocainômano boca suja que fala o que quer e o que não pode. O filho que resolveu parar de falar há 8 meses. O tio suicida. E a filha que quer ser estrela e vive em seu mundinho de walkman e não vê nada a seu redor. Sorte dela!

Abigail Breslin deve ser catapultada ao estrelato por esse filme, uma nova Dakota Fanning. A menina é ótima, seu papel é ótimo e no final, quando ela se apresenta no concurso, seu número de dança é sarcástico e diferente, digamos assim, do resto.

O filme seria bacana se os atores não se esforçassem tanto. Ou se o roteiro não fosse tão ruim. Ou se o diretor fosse melhorzinho. Ou se a diretora não tentasse fazer da mãe a salvação da família ridícula. Ou se o os clichês não fossem tão óbvios. Quer dizer, pro filme ser bom, teria que começar tudo de novo. E agora já é tarde.

Be happy:

segunda-feira, novembro 13, 2006

VOLVER


É impressionante a capacidade de diretores de cinema creiarem mudos tão particulares em sua filmografia. Isso que os faz gênios. Qaundo esses universos criados nos são tão familiares e tão distantes ao mesmo tempo. Hitchcock, Bergman, Fellini, Buñuel, só pra citar uns poucos, são aqueles que nos deixam com vontade de ver "o próximo Lynch". Almodóvar está nessa categoria. E o cara é tão fodão que nem mais é Pedro Almodóvar, é só Almodóvar. Virou marca, nome simples e próprio.

"Volver", seu mais novo petardo, não é sua obra prima, não é um dos seus 3 melhores, como são "Tudo Sobre Minha Mãe", ou "Mulheres A Beira de um Ataque de Nervos". Mas Volver é uma aula de direção de ator. No caso, de direção de atrizes. Mais uma vez Almodóvar faz um filme que gira em torno do universo feminino, onde os atores só aparecem pra foder com a vida das mulheres. E na maioria dos casos terminam mal. Homens e mulheres.

O maior mérito de Volver pra mim são na verdade dois: trazer de volta Carmen Maura, musa, atriz fantástica, brigada com Almodóvar desde Mulheres e que agora volta envelhecida, sem maquiagem, sofredora e a que faz sofrer. O cara é bacana, traz a atriz de volta, mas a atrizz deve ter feito alguma pra ele, porque ele fez questão de deixá-la bem feia no filme. O que no caso, foi ótimo pra ela, meio que o tiro saindo pela culatra. Diferente do segundo mérito do filme, Penélope Cruz. Pra mim, Penéolpe sempre foi a atrizinha mediana e feinha que alguém ressolveu que era bonita e que podia sair em capa de revistas. Nunca engoli. Cada filme que ela fazia, mais bode eu tinha. Mas seu RP deve ser bem fodão, porque além de tudo isso, ela foi namorada ate do Tom Cruise, e se eles se casassem ela ia se chamar Penélope Cruz Cruise, nome bem bom. De qualquer maneira, Volver é o filme da Penélope. Ela já pode morrer ou se aposentar depois desse filme, porque vaitomarnocuzinhorosa como ela tá bem, e tá linda e tá bem demais. É uma pobretona que mora no subúrbio de Madri, casada com um filhodaputa e com um cabelo fodão e com o olho mais lindo do cinema desde Sophia Loren nos anos 50.

O cara perdeu tempo com ela, demorou dirigindo, e valeu a pena. Ela passa o filme com os olhos mareados, prestes a chorar. E quando chora... Ahhh, eu tinha vontade de chorar junto, nem pelo melodrama todo dela, mas só porque ela tava ali chorando. Força dramática é pouco!

A mulher ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes esse ano e duvido que não ganhe o Oscar. Ao menos que os caras resolvam dar pra uma idiota qualquer do nível da Gwyneth mais uma vez.

Menos barroco e mais dramático, menos colorido e maiscontrastado, Volver é o filme que Almodóvar faz pra que a gente se lembre de acender uma vela pra ele de vez em quando pra que ele continue nos deliciando dessa forma.

Be happy:

sábado, novembro 04, 2006


O GRANDE TRUQUE

Esse post vai ser uma carta aberta ao diretor Christopher Nolan.
Desculpem a todos, mas como sei que ele é um leitor voraz do meu blog, resolvi publicar aqui mesmo ao invés de mandar um email pra ele.
Vai a versão em português.

Chris (íntimo)
Tudo bom?
Resolvi escrever aqui o que tenho tido vontade de te dizer já há algum tempo. E junto vai um pedido.
Chris, você é um puta diretor bom, mas erra no mesmo nível de seus acertos. Quero dizer que seus filmes bons são geniais: Memento e Batman Begins. Já Insônia, um lixo impressionante. A conclusão que eu cheguei é que você acerta um e erra outro e depois acerta de novo e assim por diante. Bom, quando fez o Batman, fiquei feliz pela qualidade do filme e depois com medo porque tinha lido que faria na sequência The Dark Knight. O filme ruim depois do bom seria um filme do Batman, o que seria um pecado, já que mais um filme ruim do Batman ninguém precisa. Qunado li a respeito das filmagens de O Grande Truque eu fiquei mais calmo, porque sabia que ali você erraria e depois acertaria de novo no filme do morcego.
Ontem fui ao cinema ver o tal filme dos mágicos e... confirmou!
Bem porcaria mesmo.
E com tudo pra ser um grande filme, mas, pelamordedeus, que roteiro é esse? Que maquiagem é essa do filme. Que planos são aqueles do ator que faz o dublê do Hugh Jackman, pior que novela de gêmeo da globo. Aliás, em Mulheres de Areia, os caras faziam uns truques mais bacanas de edição do que você fez! No youtube deve ter isso!
Como um cara como você, todo cuidadoso, com o irmão roteirista chato que tem, faz um filme com uns pulos de roteiro que parece tirado de uma escola qualquer de cinema? Claro, que com o sucesso do Batman Begins, todo mundo queria filmar com você, e você (certíssimo) pega só as pessoas certas mesmo, até um elenco fodão de coadjuvantes como a Scarlett e o mestre dos mestres David Bowie, com um sotaque ótimo no papel do doidão Tesla.
Garantindo a patota do morcego, tem o Bale e o Michael Caine, os dois muito bem, óbvio.
Mas não dá, o filme é um amontoado de cenas que você tentou que se juntassem e contassem uma história razoável. Não, não, mister.
Não adianta colocar um puta figurino lindo, uma direção de arte rebuscada e a história se perder em uns momentos que não podia. O saco de um filme desses é que não dá nem vontade de escrever nada, isso é o pior de tudo.
Mas no final das contas, obrigado por esse filme, por ter errado tanto a mão. Isso quer dizer que eu posso ficar sossegado com o próximo Batman mesmo. E concluir que O Ilusionista, o outro filme de mágicos da temporada, é mesmo um puta filme!
Be happy:

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