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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.

quinta-feira, maio 18, 2006

A CONCEPÇÃO

Várias pessoas chegaram pra mim na última semana dizendo que eu deveria assistir um filme que estreou, A Concepção, que o filme era a minha cara, com muito sexo, drogas e rocknroll.
Confesso que fiquei com o pé atrás.
Além disso, li no jornal comparações desse filme com vários conhecidos nossos, e ainda li que esse seria o "Trainspotting brasileiro".
Bom, com total desconfiança eu fui ao cinema ver o tal filme.
E não é que para minha total surpresa, o filme é muito bom!
Não, não é mesmo o Trainspotting brasileiro.
Nem Os Idiotas brasileiro.
Nem nenhum outro filme malucão abrasileirado.
É um filme bem bacana, ousado, perdido de vez em quando.
Com uma trilha ótima.
Com uma fotografia ótima.
Com ótimas intervenções gráficas, principalmente os créditos iniciais.
E o elenco arrasando, com um porém: com o chato do Selton Mello fazendo quase todos os filmes nacionais, os que ele não faz quem faz é o Matheus Nachtergaele. Isso me irrita um pouco, na verdade, essa onipresença toda. Ainda mais que o Matheus, em 90% de seus filmes ainda se monta, é traveco.
Nesse então, talvez por ser produtor executivo, ter entrado com grana, aproveita e se joga bem: fica pelado um monte, beija todo mundo de língua e bem beijado, e desanca a nuances e mais nuances interpretativas, pra mostrar o "range" de seu personagem e mostrar o quanto ele é bom ator.
Detalhe: isso é um comentário absolutamente construtivo, porque eu adoro o Matheus no filme, não consegui pensar em nenhum outro ator que fizesse tão bem.
Bom, a história é de um grupo de playbas em Brasília que conhece um doidão (Matheus) que chega pra eles com um discurso todo estranho a respeito do fim do ego, com uns mandamentos "concepcionistas" de cada dia uma personalidade diferente e outras bobagens de adolescente que acabou de entrar na faculdade e descobriu a aula de filosofia.
Como a gente sabe que Brasília é o lixo do lixo pra quam tá crescendo e procura o que fazer, os playbas se jogam no discursozinho fácil dele e levam bem a sério essa papagaiada toda, inclusive de deixar de lado valores e bens materiais, dinheiro e tudo o mais.
Assim, promovem festinhas regadas a sexo, drogas e rocknroll, criam bandas que duram um dia, todo mundo beija todo mundo, procuram novos integrantes pra txurminha, beijam, trepam, cheiram, tomam GHB como se fosse água com gás, piram, beijam, trepam mais, andam pelados e se perdem.
E quando se perdem, quando cai a ficha do que tá acontecendo é que o filme fica realmente bacana, porque até então é um monte de cena e de sequência de filme malucão.
Claro que o pessoalzinho doido não percebe onde está se metendo e precisa que o malucão X (Matheus) ligue para os pais de uma das meninas e conte o que está conetecendo. Eles falam com ela e chamam a polícia. Ela só consegue avisar dois ods amigos, os melhores amigos, sendo que a quarta desse quadrado amoroso tá internada num sanatório doidinha da silva de tanto GHB e derivados que consumiu nos 3 meses de doideira.
Daí pra frente é um filme de suspense, quase, com os 3 fugindo, se escondendo, se disfarçando, porque estão sendo procurados pela polícia por vários crimes relacionados a drogas, cheques sem fundo e outras coisas mais.
Nesse terço final do filme é que realmente vemos a cara dos 4 amigos, com eles são de verdade e como esles estão sofrendo de verdade e como eles eram perdidos de verdade com tudo aquilo que foi mostrado no início, com suas idéias concepcionistas vindo por água abaixo, apesar de todo esforço de uma delas em deixar claro em bilhetinhos que dizem "você foi enganado por um concepcionista".
Mas não se engane: o filme é bom, não é uma enganação não.
Mas também nnao é um filme genial como muitos apregoam por aí.
Apesar de todo o povo pelado, falta um pouco de ousadia, falta pau duro, falta mulher se esfregando mais com mulher. Pode parecer besteira isso, mas se mostra muita maluquice por parte dos personagens com drogas e discursos, e na hora do sexo, eles são quase caretas. Palo menos no que é mostrado, que é o que importa, no fim das contas.
E apesar do letreiro que aparece no final dos créditos, resquício dos mandamentos concepcionistas, lemos algo como "esqueça tudo o que vc viu agora. nada disso importa."
Tarefa difícil, o filme fica na cabeça mesmo.
Be happy:
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