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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006


PONTO FINAL
When in Rome...
Faça como os romanos!
Woody Allen não consegue mais dinheiro pra filmar na pátria mãe e produz seus dois últimos petardos em Londres.
E já que está na velha terra européia se aproxima de diretores de lá e nos delicia com Ponto Final, seu filme mais francês de todos, um primo irmão dos filmes de Chabrol, na minha modesta opinião.
A história é um mix de drama e suspense e policial com toques de piadas clássicas e cenas recorrentes dos filmes de Allen.
Um jogador de tênis profissional, Jonathan Rhys Meyers, cansado das viagens durante os torneios, resolve dar aula em clube exclusivíssimo de Londres onde conehce e fica amigo de playboy e por razões de idas e viindas do destino, casa-se com sua irmã e apaixona-se por sua noiva.
O casamento com a milionária é interessante o suficiente para que ele o mantenha apesar da paixão que sente pela americana Scarlett Johansson, a atriz aspirante noiva do milionário inglês.
Numa história dessas, pouco podemos contar para que não estraguemos as surpresas do roteiro, e nesse ponto só o que posso dizer é que esse roteiro é genial, muito bem escrito, muito bem montado e muito bem pensado. Uma jóia rara no mar de lama de roteiros porcarias que nos assola!
Quanto ao andamento do filme, sua montagem e seu ritmo, é Woddy Allen em sua melhor forma e com a sua percepção e sua mão fazendo o máximo acontecer e nos ser mostrado na tela.
Fazia tempo que eu não via um filme de Allen sem tê-lo nas telas que o ator principal não fosse um arremedo de seus personagens passados, o neurótico de plantão. Dessa vez Rhys Meyers toma conta da situação e imprime um jovem ambicioso, apaixonado e perdido de forma contundente que nos faz esquecer por momentos o pulso firme do diretor mandando e desmandando.
Diria que sua atuação é o extremo oposto de por exemplo Jason Biggs no fraco Anything Else, onde esse arremedo de neurótico/perdido se faz sobrepor a qualquer outra qualidade do filme.
Enquanto isso, em Londres, Allen chega a níveis de detalhamento de interpretação com seus atores que até assusta.
E em Ponto Final, o papel de neurótica/doida que na maioria dos filmes cabia ao próprio Allen, vai para a já grande Scarlett que faz a mulher que tem a consciência de que todos os homens que a vêem a querem.
O casal tem uma química pouca vista nas telas, para o bem e para o mal: o casal rouba todas as cenas do resto do elenco e na minha modesta opinião, ninguém desse "resto do elenco" deve mesmo ser citado aqui.
Situações constrangedoras para os personagens, diálogos em planos sequência onde um dos atores fica fora de quadro o tempo todo, montagem quase que acadêmica privilegiando sempre o roteiro e o climax do persoangem no momento, marcas registradas de Allen que as repete nesse filme de formas geniais que nos fazem lembrar que já tínhamos visto antes só depois de vê-las e de ter levado o baque da cena em si.
O melhor filme de Allen em muito tempo.
Desde Crimes e Pecados.
Be happy:
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