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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Só pra deixar as coisas bem claras, eu prefiro o King Kong de 1976.
Lembro muito bem qdo vi esse filme a primeira vez, foi na praia, numas férias.
Meus avós moravam em Santos e minha tia me pegou em casa pra ir pra lá. Meus irmãos e meus primos já estavam lá. Eu devia ter uns 10 anos na época, talvez 9.
Eu me lembro que o filme tinha estreado recentemente e que no Playcenter, o parque que todo mundo idzia ser do Silvio Santos, tinha uma réplica do macaco de 30 metros de altura.
Eu passava todo dia na frente do parque pra ir pra escola e ficava babando de vontade primeiro de ver o filme e depois de ir até lá e tirar uma foto na mão do macaco.
Bom, voltando a viagem, eu me lembro de insistir muito com a minha tia pra sairmos cedo pra eu conseguir assistir o filme no cinema lá na praia. Na época, na Folha d São Paulo saía a programação de cinemas do litoral e do interior, então eu sabia o horário e tal.
Freak mesmo!
Acho que a minha tia não ia ao cinema há uns bons anos, mas ela e meu tio entraram comigo no cinema pra ver o macacão!
Lembro bem que eu cheguei um pouco atrasado, eles já estavam no barco quando entrei no cinema, mas mesmo assim, foi uma das melhores sessões de cinema da minha vida.
Dali pra frente, parecia que o mundo era aquele barco, depois a ilha e depois New York.
Qaundo o filme acabou lembro que minha tia teve que me chamar e dizer pra irmos embora. Ela até um tempo atrás falava disso, que sabia da minha paixão pelo cinema por causa desse dia!
Esse dia foi o dia histórico da minha primeira ereção no cinema!
Sim, pessoas, com 9/10 anos eu tive minha primeira ereção vendo uma loira linda tomando banho nas mãos de um macaco gigante numa cachoeira de uma ilha perdida.
E no fim do banho, quando ele tira a mão da água, com Jessica Lange toda molhada e sopra a musa e ela fica sequinha, eu lembro que eu gritei no cinema.
Esse filme, de 1976, é o responsável por uma das minas grandes taras cinematográficas, que são os filmes de loiras gritando!
Delirei no lixo Celular, com a Kim Bassinger gritando o tempo todo. Na verdade, deliro em todo filme dela, porque ela grita em todos eles.
Aliás, Kim, musa eterna e responsável por outra cena de ereção absurda em L. A. Cidade Proibida, quando Russel Crowe vai visitá-la pela primeira vez e ela com uma camisola branca fica “tentnado “ o policial na porta da casa até deixá-lo desconcertado!
Amo diretores que usam e abusam das loiras.
Corta para sexta feira passada, dia da estréia do novo King Kong, do fodão Peter Jackson, que agora tá magrinho, achei estranho e engraçado, parece que ficou rico e fez operação no estômago, hehehe.
Cheguei cedo no cinema pra não pegar fila e pra não perder de comprar o ingresso e pra minha surpresa não tinha fila.
Achei estranho.
Entramos no cinema e estava quase vazio, nem meia sala cheia.
Achei mais estranho ainda!
Como assim? O evento fílmico do film do ano e ninguém vai ver?
O filme começa bem, com letreiros art noveau, decô, bem anos 30’s.
A fotografia é linda, a direção de arte é linda, tudo é bem bacana, padrão de qualidade P.J. impecável.
Mas o filme demora a acontecer. O início é muito arrastado, toda a história do diretor incompreendido e que faz de tudo pelo seu projeto é uma piada interna meio chata, podia ser mais rápido tudo. Jack Black como o alter ego diretor incompreendido serve para a função, apesar de suas caras e bocas de sempre. Mas aqui vemos a mão boa do diretor que consegue segurar um ator desse nível!
Na verdade, pensando bem , acho que o regime do senhor Jackson deve ter sido pra afastá-lo de ser parecido com o gordinho Jack Black, como era óbvio q houvesse comparação entre criador e criatura, ele deve ter pensado em se afastar o máximo possível fisicamente. A se pensar!
Bom, devaneios bobos a parte, o filme é longo.
Deve ter umas 3 horas mesmo e fica 1 hora nesse embaço de antes da viagem, chato, sem graça.
O bom do filme é a ilha, lá Peter Jackson mostra a que veio, muito mostro, muito terror, muita maquiagem forte nos aborígenes, o paraíso.
A clássica cena da luta do Kong com o t-rex já ficou ainda mais clássica (pode isso?) com a inclusão de mais 2 mostros contra o nosso macaco fofo!
Fofo e apaixonado.
Só que nesse filme, Kong se apaixona de verdade e, como estamos no século 21, o nosso bom e velho Kong é super romântico, gosta de ver o por do sol, aprende a se comunicar com a loira, protégé-a de tudo o que vai aparecendo, e olha que aparece um monte de coisa no meio do caminho deles, de dinossauros e vampiros gigantes (lindos, aliás).
Bom, o macaco é todo feito em CG, mas foi todo construído a partir do ator fetiche de Jackson, Andy Serkis, o cozinheiro do navio. Ele é o cara que Jackson usa pra fazer suas criaturas, pra fazer testes, ele é o Golum do Senhor dos Anéis e agora é o macaco.
Diz a lenda que ele foi pra åfrica pra se familiarizar com os gorilas, estudou movimentos e gestos e tudo mais. E no final das contas, o trabalho dele é magnífico.
O resto do elenco do filme deixa a desejar, por melhores que sejam os atores, quando se tem um personagem tão forte e tão presente no filme como Kong.
O elenco masculino é matador, todos muito bem, Jamie Bell se mostrando o grande ator que já é, Adrien Brody, cool, magrelo, bacana e estranho ao mesmo tempo, e as duas surpresas pra mim, o comandante do barco, o alemão Thomas Kretschmann e seu imediato, Evan Park.
Mas pra mim, a grande decepção do filme é Naomi Watts: nesse filme ficou claro pra mim que ela não possui “star material”, esse era o filme que ela tinha por obrigação se mostrar como uma estrela, linda e fodona. E não rola. Ela é boa atriz, bonitinha, mas é mais engraçada do que glamurosa!
E esse é o filme que precisa d uma loira glamurosa, arrebatadora, que deixe o macaco babando e todos os homens do barco babando também.
Mas não!
Esse filme é do diretor. E do macaco.
Eles imperam.
Kings. Be happy:
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