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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.

terça-feira, novembro 22, 2005


Infelizmente, o cinema vive de modas e fases e até de modinhas.
O que é o pior de todos: as modinhas.
Nos últimos anos,pra mim a pior delas é a do filme iraniano.
Eu explico.
Os filmes iranianos são chatos por excelência.
Monótonos, mal fotografados em geral, com aquele ranço de “Ladrões-de-Bicicleta-eu-amo-o-Rosselini” que só nos chateia.
Claro que temos excessões.
Raras, mas que existem, como o grande Abbas Kiarostami: O Gosto de Cereja é um dos grandes filmes dos últimos anos.
Mas nesse caso, é um grande diretor, com pleno domínio do “fazer cinema”, e não um bando de diretores que ficam sabendo do sucesso do mestre Abbas e acham que imitando conseguem sei-lá-o-quê.
Se não bastassem os filmes iranianos feitos no Irã, temos a praga dos filmes iranianos feitos for a do Irã.
No Brasil na minha modesta opinião, o mais iraniano dos cineastas é o Walter Salles: Abril Despedaçado é a mais absurda mistura de um filme iraniano feito por um diretor de publicidade. A cena final do Rodrigo Santoro, lindo, de cabelos esvoaçantes, olhando o mar, me deixou com dor de estômago e quase fez meu maxilar cair de tanto rir.
Menos pior do que um Walter Salles, que entrou de cabeça no Irã e tenta não sair d lá com todas as suas forças, são os diretores que fazem um filme “inspirado” nos ares iranianos.
Primeiro cito “Straight Story” de David Lynch, um filme iraniano por excelência mas que não deixa de lado o diretor que o fez: enxergamos no filme todo o seu universo bizarro, surreal e de tirar nosso fôlego. Mas mesmo assim está lá um exotismo oriental. Esse é um exemplo de inspiração boa.
Já o oposto se deu com Gus Van Sant e seu ridículo “Gerry”, o pior filme iraniano de todos os tempos, feito ou não por um diretor nascido no oriente médio.
Tudo bem que Van Sant faz filmes bacanas, ganha Cannes e a HBO o ama e dá dinheiro pra ele fazer qualquer coisa. Mas pra tudo tem um limite, eu acho. O dia que ele teve a estapafúrdia idéia de se juntar com o mala do Matt Dammon e dali saiu Gerry, alguém devia ter dito pra ele relaxar, por favor.
Esse filme consegue ser pior que uma sessão initerrupta do Balão Branco, O Jarro e todos os filmes da família Makhmalbaf, incluindo pai e filhas.
Citei esses dois filmes e fiquei no empate: dois diretores “independentes” americanos fazendo filmes com a mesma inspiração, um bom e um ruim.
Pra desempatar, chega aos nossos olhos, Flores Partidas, de Jim Jarmusch.

E saímos perdendo: 2 a 1 pros filmes ruins.
Eu acho que o ótimo Jim Jarmush, que nos deu de presente Ghost Dog, teve um surto psicótico-preguiçoso e resolveu chamar o Bill Murray e pediu pra ele fazer igualzinho o filme da Sofia (Lost In Translation) porque ele tava com preguiça de dirigir.
Bom, daí eu pensei que ele fosse se preocupar com o resto do elenco, ou pelo menos com o elenco feminino do filme, importante no desenrolar da história. Que nada! As ótimas atrizes estão fazendo meio que o que elas querem, super caricaturais, desde o acting até a caracterização de cada uma.
É um road-movie que sai do nada e chega no lugar nenhum.
Bill Murray é um “don juan”, conquistador de mulheres lindas e interessantes (como assim?????) que no início do filme leva um pé na bunda de uma preguiçosa Julie Delpy, ao mesmo tempo que recebe uma correspondência de alguma ex-namorada dizendo que ele tem um filho adolescente e que o menino precisa da ajuda do pai, porque está perdido.
Sem remetente, sem dica nenhuma de quem mandou a tal carta, ele pede ajuda ao vizinho que bola um plano genial de ir na casa de todas as 4 ou 5 ex-namoradas que poderiam ser a mãe do rebento.
Bom, don juan que só teve 5 possibilidades de ter um filho, por favor!
As atrizes perdidas, suas ex-namoradas, não sabem a que vieram: Sharon Stone, Tilda Swinton, Jessica Lange, Frances Conroy, o maior desperdício de um excelente elenco feminino do ano!
E depois de todo o percursso, os encontros e desncontros (!!!) do filme, ele tem um papo com seu possível/suposto filho num mercadinho, papo filosófico tão profundo quanto um adesivo das Gotas de Pinho Alabrada, tanto que o moleque sai correndo do freak que puxa papo com ele.
Incompreenssível pra minha percepção!
E o filme ganhou um super prêmio bacana em Cannes esse ano e tudo!
Vai saber.
Be happy:
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