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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Noite passada eu tive uma lição de cinema. Na verdade, na minha opinião, tive uma lição de anti-cinema, no melhor dos sentidos.
Fui assitir ao lindo Camelos Também Choram, um filme ítalo-mongol, feito por dois diretores estreantes como trabalho de conclusão de curso da escola de cinema na Alemanha.
O filme é um misto de drama e documentário e filme iraniano e filme neo realista e sei-lá-mais-o-quê.
E funciona.
E pra ser bem sincero, funciona apesar de tudo.
Acho que o maior mérito do filme seja sua linda história, que é a de uma camela (camelo fêmea???) no deserto de Gobi, na Mongólia, que ao parir seu filhote, o rejeita totalmente, não dando carinho e não deixando que o “infante” nem mesmo mame em suas tetas.
Os camelos “astros” do filme pertencem a uma família que vive no meio do deserto e que sobrevive por causa do seus rebanhos de camelos e de ovelhas. Eles dependem tanto dos animais que num momento do filme, dois dos filhos vão até a cidade (???) mais próxima e o menor se encanta com um desenho que está asissitndo na tv e diz ao maior que vai pedir ao pai que compre uma tv, quando o maior diz que uma tv custaria muitas ovelhas e que a energia pra fazer com que ela funcionasse custaria muito mais. Ouvindo isso, o menor se cala.
O filme tem problemas como enquadramentos primários, fotografia bem mais ou menos, trilha chata.
E o grande problema do filme é seu ritmo que é lento como o ritmo do deserto do Gobi deve ser.
Mas nós não estamos no deserto do Gobi!
Começar um filme de uma forma mais parada,mais tranquila, mais comtemplativa, pra dar uma noção do modo de vida dessa família, mostrando onde vivem e como vivem é uma coisa.
Mas não cortar finais de cena o tempo todo, o filme inteiro, irrita e cansa.
Claro que opções estéticas são tomadas num projeto e levadas a cabo, mas existem as certas e as erradas, as que ajudam e as que atrapalham.
Eu acho isso o grande problema da “tradição” do cinema iraniano dos anos 90’s: um cinema parado, contemplativo, mostrando o quanto a gente tem que pensar no que acabou de acontecer pra começar o resto do filme.
Coisa chata!
E nesse filme acontece exatamente isso.
Mas apesar de chato, é lindo.
A história da camela que rejetia o filho e que passa por um ritual para cuidar do filhote.
Resumindo: vale a pena assistir o filme se você está num estado de espírito bom, calmo, tranquilo.
Em qualquer outro caso, assista qualquer outra coisa.
Be happy:
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