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Histórias fílmicas que valham a pena. Fotos insignificantemente indispensáveis.

segunda-feira, janeiro 08, 2007




DIAMANTE DE SANGUE e EM DIREÇÃO AO SUL

Dois filmes absolutamente díspares, mas que a meu ver têm duas coisa em comum, o olhar gringo/aproveitador sobre países miseráveis e, o mais engraçado, os dois filmes me remeteram a filmes brasileiros: Diamante de Sangue é uma versão revista e piorada de O Jardineiro Fiel (tá bom, não é filme brasileiro, mas é filme do Fernando Meireles) e Em Direção Ao Sul é uma versão ruim de qualquer filme brasileiro dos anos 80.
Diamante de Sangue é bacana, por incrível que pareça. Um filme bem violento sobre um problema bem violento, contrabando de diamantes em países africanos etodo o terror que isso acaba causando, daí os diamantes serem conseguidos banhados em sangue. O grande problema do filme é ser careta, moralista; inicia contando a história nuns letreiros toscos e termina dando lição de moral com esses mesmos letreiros, dizendo que cabe a cada um de nós não comprarmos os tais diamantes! Inacreditavelmente ruim! Mas o filme em si é bom, bem filmado até, se você não pensar que o Meireles fez o mesmo filme muito melhor um tempinho atrás. Mas como no filme do Fernando, o elenco desse filme é impecável, principlamente por causa do Leonardo Di Caprio: vi 2 filmes com ele nos últimos 4 dias, 2 filmes completamente diferentes, e o cara tá muito bem em ambos os filmes, se ele não levar oscar esse ano vai ser marmelada. Ele é um contrabandista de diamantes, um africano branco trabalhando onde tem trabalho na África, até que fica sabendo de um diamante cor de rosa valiosíssimo. Pensando que ali estaria sua redenção, que ganharia dinheiro suficiente pra parar com essa vida (tsc tsc tsc), vai atrás da pedra, custe o que custar. Assim se envolve com uma jornalista americana que o ajuda a achar a família do africano que tem o tal diamante, assim fazendo boas ações mas sempre com um objetivo escuso. Os meios e os fins e bla bla bla.
O filme é uma tentativa de lição de moral atrás de outra que de vez em quando a gente até esquece pelo roteiro bonzinho, mas que logo deixam bem claro que se você está ali vendo o filme você também deve ter as mãos sujas de sangue. Irrita bem, na verdade. Mas o bom do filme é que é corajoso, mostra coisas que em princípio não se mostrariam, como os moleques que são levados a lavagem cerebral quase por homens das milícias contra o governo, cenas ousadas pra um filme desse nível.
E ousadia é um pouco o que falta num filme como Em Direção Ao Sul, filme francês que se passa no Haiti, contando a histórias de mulheres nos seus 50 anos de idade que vão a esse "paraíso tropical" atrás dos homens negros que as façam mulheres de novo. Enquanto o filme fica nisso, dentro do hotel que elas se hospedam, com os homens as satisfazendo na cama mas que não podem se sentar no restaurante com elas, nessas sequências o filme é bom. Mas quando o filme sai do hotel e entra na vida do país e tenta mostrar os problemas, a pobreza, o país podre, o filme descamba pra um folhetim quase. Não se aprofunda o suficiente pra mostrar o que acontece mesmo e nem se abstém o suficiente pra dar uma visão estrangeirae imprecisa do que acontece. Fica num meio termo capenga que compromete muito o filme.
O elenco de mulheres "velhas" é muito bom, encabeçado pela fodona Charlotte Rampling, possessiva e cuidadosa e linda que vai todo ano ao paraíso pra "se sentir viva de novo". Se o filme ficasse centrado no hotel e no que acontece só com as mulheres, talvez teria sido um grande filme, com referências aos problemas ao redor. São lições de cinema que alguns diretores precisam e uma delas é como contar uma história sem mostrar o que não precisa ser mostrado ou o que não se deve ser mostrado, como num grande filme do David Mamet, O Caso Winslow, onde um caso de um julgamento absurdo é contado sem mostrar o tal julgamento; escolhas acertadas e no fim ousadas que fazem a diferença. Lições. Por isso que o que vale é assistir filmes e mais filmes mesmo.

Be happy:

sábado, janeiro 06, 2007


007 - CASSINO ROYALE

007 - Cassino Royale é o filme que finalmente coloca o agente secreto inglês nos anos 2000.
A cada filme ficava a nostalgia rançosa de Sean Connery como sendo insuperável. E agora vemos que ele não era insuperável por ser melhro ator ou ter mais carisma que os outros Bonds. Mas o problema desses 40 anos de franquia eram os roteiros que eram sempre iguais, sempre mostrando o quanto o cara era fodão com armas, mulheres, carros, gadgets.
Um roteiro mais pé no chão (na medida do possível de um roteiro do James Bond ser pé no chão) mostra que não importa muito o ator, na verdade, importa o personagem. Pode ser loiro, pode ser feio, pode ser fortão como o Daniel Craig e o filme vai bem. Eva Green é a melhor bond girl dos últimos tempos. E nesse filme todo mundo tem menos jeito de super herói, esse é o segredo.
Bond quase morre, claro que é ressucitado no seu carro, mas quase morre. Bond diz "eu te amo" o que dá uma dica pro final do filme. Bond perde dinheiro. Bond é traído. Bond bate. Bond apanha.
Todos os clichês dos outros filmes estão aqui também, só que de formas diferentes. E isso dá ao filme uma aura ótima. O vilão não é o mais vilão de todos. A chefe do Bond é vista dormindo ao lado do marido. E por aí vai.
A abertura do filmé é como sempre muito boa. A trilha também, tudo bacana e o filme é uma diversnao de primeira, com um roteiro meio na modinha de mirabolâncias, mas sem estregar o nosso prazer de "dizer de novo? mais uma virada?".
Vale a pena se por nada, por ver como alguém com uma boa vontade e com culhão pra mudar uma coisa que vinha se repetindo a tanto tempo.

Be happy:

sexta-feira, janeiro 05, 2007

OS INFILTRADOS


Não sei nem por onde começar a falar de "Os Infiltrados", o mais recente filme do Scorcese. Tudo no filme é muito bom. Ele se cerca mais uma vez de todos os seus colaboradores, do fotógrafo e gênio Michael Balhaus a seu mais recente colaborador e pupilo com certeza e quase alter ego, Leonardo DiCaprio. E o cara rouba o filme. Num filme cheio de feras como esse, não é tarefa das mais fáceis. O filme começa e você vai vendo o elenco todo e fica só suspirando, porque só tem atorzão, e só atorzão bem dirigido, o que é melhor ainda. Ninguém deixa a desejar em momento nenhum do filme. Ninguém e nada do filme deixa a desejar.
Bom, a história é mais uma sobre máfia, dessa vez de Boston, com policiais corruptos, bandidos infiltrados, policiais infiltrados e tudo mais. Mas o filme na verdade é sobre confiança e respeito. E sobre mentira. E sobre como saber mentir muitas vezes é melhor do que mostrar confiança ou tê-la.
Jack Nicholson é o chefão da máfia irlandesa de Boston e educa um moleque pra ser policial e ser seu "rat" dentro da polícia dizendo tudo o que acontece pra ele. Esse moleque é Matt Damon que faz um policial mauricinho e bem perdidinho, muito bom. Só que ao mesmo tempo, a polícia pega outro moleque recém formado na academia e o joga no bando dos mafiosos pra ser o informante do outro lado. Assim o filme acaba sendo um jogo de cada lado saber que é o infiltrado, quem passa todas as informações pra outro lado. E assim mostra o quanto o caráter e a confiança e o respeito contam muito em todos os meios, mesmo com os bandidos e a polícia.
O filme inicia mostrando o quanto Nicholson manda na sua redondeza, o quanto é poderoso e o quanto faz o que quer. E no início não vemos seu rosto, mas sabemos que é ele, óbvio. Enquanto isso Scorcese vai nos mostrando como funciona o lado do bandido, como ele manda bater, como ele pega dinheiro, como ele paquera a filha adolescente do cara do mercadinho e como ele casa com ela alguns anos depois. E, principalmente, como ele escolhe o moleque que vai ser seu olheiro dentro da polícia. E só num momento crucial de divagação filosófica que Scorcese coloca luz no rosto de Nicholson, com a câmera de baixo, pra mostrar o quanto o cara nos intimida, o quanto o cara é maior que nós humanos.
Scorcese não deixa nada de fora de seu universo particular e tão familiar, os planos longos, os super closes, as cantinas italianas, o uso da lente bifocal com foco em primeiríssimo plano e lá no fundo em momentos cruciais, as mulheres como meras coadjuvantes que não ajudam nada o filme todo mas com passagens importantes nos momentos chaves do filme. E nesse caso, nesse filme em especial, uma personagem feminina importante, a psiquiatra, namorada de Damon e amante de Di Caprio, os dois pólos da história. A psiquiatra bobinha, romaticazinha, que acredita no trabalho social e que se deixa levar tão facilmente pelo inteligente bandido/mocinho Leonardo.
Lá pelo meio do filme, a história começa encaminhar por um lado meio que estranho pros padrões do nosso Martin, essa coisa de roteiros mirabolantes cheios de reviravoltas, tão em moda hoje em dia. Eu fiquei assustado que ele tivesse se enveredado por essa plaga, mas fiquei feliz demais com o final do filme, chocante e bem Scorcese, nem sei como pude duvidar que seria diferente.
O bom de um filme desses é perceber a força de um diretor fodão, que tem poder sobre o que faz, que faz do jeito que quer, que sabe o que quer e que por mais que tenha alguém atrás enchendo o saco como um produtor e tal, faz e faz direito. Cenas antológicas nesse filme são algumas que se unem ao rol de cenas absurdas de Martin e sua cinegrafia maravilhosa: sempre com Nicholson, primeiro com 2 mulheres em seu quarto, enchendo a mão de cocaína e jogando em cima de sua mulher, que está deitada na cama e mandando a outra cheirar e só parar quando ela estiver totalmente entorpecida. Parece filme de terror de tão tenso! Outra é quando Nicholson vai se encontrar com Damon num cinema disfarçado e tal e se vira, abre seu over coat e mostra um pau imenso preto, como se fosse um tarado. Assustador de novo. Outra cena bem animal é quando Nicholson vai falar com Di Caprio num restaurante, vem de uma sala do fundo com as mãos e a roupa cheias de sangue e pede um rodo, balde e muito pano. O personagem de Nicholson no final das contas parece mesmo um monstro de filme de terror, mas um monstro diferente do que constumamos ver em Nicholson antes. Ele finalmente nesse filme, quebra com seu estereótipo dos últimos anos do cara sarcástico, de óculos escuros, de roupa impecável e sorriso no canto da boca, desdizendo mais que dizendo. Desta ves, ele fala tudo. Ele pode tudo. Seu cabelo é desarrumado, seus óculos são feios, sua roupa é estranaha, ele usa jaqueta inglesa com gravata de onça, seus modos são refinados a ponto de desenhar muito bem, ao mesmo tempo que detona tudo com a maior rapidez e sem pensar muito. Ele é o malvado e o bonzinho, o cara que a gente odeio mas se sente atraído ao mesmo tempo, um cara fascinante mesmo, talvez um dos melhores personagens do cinema recente. E o mais bacana de tudo é que Nicholson é um cara generoso, não rouba a cena dos outros atores, a gente percebe que ele faz com que Di Caprio se sinta mais à vontade com ele pra fazer o que sabe fazer muito bem. Já Damon tenta, a gente percebe, mas não vai tão longe assim, apesar de tudo.
Imagino um pouco que essas histórias de máfia que Scorcese tanto gosta de contar sejam histórias da sua "máfia pessoal", do mundo que ele cria a sua volta, de seus colaboradores, de seus atores, de sua equipe, e ele como o grande chefão disso tudo, às vezes se sujando de sangue, às vezes mostrando um pau grande pra mostrar quem manda. E no final sempre mostra que o cara é gênio, faz o que quer com o quê o cinema lhe proporciona e nos brinda sempre com um grande filme depois de outro.

Be happy:

quarta-feira, janeiro 03, 2007


O VIRGEM DE 40 ANOS

Steve Carell é um cara engraçado, bem engraçado. Vi outro dia ele no Saturday Night Live e ele disse q uns anos antes ele fez teste pro programa e não conseguiu entrar no cast. Agora ele voltava vencedor e milionário, por causa de seu filme "O Virgem de 40 Anos". O filme é escrito, produzido e estrelado por ele. É vendido como uma comédia mas no fundo é uma comédia romântica. Escrachada é verdade, mas uma comédia romântica com certeza. Ele faz um cara de 40 anos, virgem. Estoquista de uma loja de eletrônicos, seus amigos descobrem e fazem tudo pra ele faze sexo. E daí vem as piadas, seja nas tentativas sempre frustradas, seja nas saídas pra pegar mulher, seja nas aulas de como se comportar com as mulheres. O filme é cheio de piadas prontas, com os personagens bem estereotipados, mas com bons atores o que já é uma grande coisa. O filme é bem meia boca, mas tem uma sequência que quase me faz cair no chão de dar risada, literalemente. É a hora que os amigos levam Carrel pra fazer depilação no peito e na barriga, porque um deles diz que mulher gosta de caras lisos. A sequência é até meio óbvia, ele se deita na maca, seus amigos em volta e uma depiladora oriental toda fofa em princípio, passa cera no peito dele e puxa. Daí começam as reações hilárias dele, sempre xingando muito, quase batendo nela. Quanto mais ela puxa, mais ele pira. E ela também pira. E os amigos não se aguentam. É muito engraçado mesmo.
Se o filme não vale por muito, vale por essa sequência!

Be happy:

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